sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Slow Food, em prol da Biodiversidade.


O “Slow Food” (cozinha lenta) é um movimento sem fins lucrativos criado por Carlo Petrini, em 1989, com a finalidade de contrapor os valores e padronizações impostas pelo “Fast Food”. O movimento ainda expande seus valores ao defender e manter vivas as tradições e culturas culinárias regionais, incentivar o consumo de acordo com a procedência e integro sabor dos alimentos, provando, assim, que uma escolha e modo culinário podem afetar de forma positiva o mundo que vivemos.

Conceitos de ecogastronomia se fazem presentes ao movimento, de forma que, se conjuga o prazer e a alimentação como um atestado de consciência e responsabilidade social. O movimento prova que o prazer ao degustar e saborear uma comida ou bebida deve ser harmonizado com esforços para salvar inúmeros grãos, vegetais, frutos, raças de animais e produtos alimentícios que atualmente correm o sério risco de desaparecimento devido ao predomínio das refeições rápidas e ao agronegócio industrial exacerbado e megalomaníaco, na qual o capital é o único argumento visado.

Segundo o “Slow Food”, antes de ingerirmos um alimento devemos conhecer sua origem, quem o produz e como é feito, pois essa consciência expande nossos horizontes e conseguimos reverter o modo de pensar - o ato de se alimentar ser apenas ingerir um “bolo” nutritivo. E sim, devemos perceber a importância da boa alimentação para o ecossistema e para o desenvolvimento sustentável e social nos meios industriais de alimentação.

Atualmente, o “Slow Food” conta com mais de 100 mil membros espalhados por todo mundo e cerca de 50 mil produtores e co-produtores. Todos unidos em prol de manter vivas as tradições alimentares de cada região, os sabores gastronômicos culturais intensos e perceber importância e consciência social no simples ato de se nutrir.

Quem tiver interesses em participar do movimento “Slow Food”, visite a homepage brasileira (www.slowfoodbrasil.com.br). Na página virtual contém todas as informações cadastrais e demais curiosidades sobre esse lindo movimento.

Vamos à receita!

Nessa levada de proteção de uma identidade gastronômica regional, hoje vou repassar uma receita mais que potiguar, no qual os sabores e aromas do litoral abrem as portas dessa sexta-feira.

Papelote de filé de Sirigado com pesto de coentro e manga guarnecido com banana-da-terra ao forno.


Ingredientes Papelote Peixe:
700g Filé de Sirigado;
10 ml de azeite de oliva;
10 ml de vinho branco;
2 Mangas tommy;
1 Limão;
Sal e pimenta a gosto;
Papel manteiga.

Ingredientes Pesto de Coentro:
1 maço pequeno de coentro fresco;
50 ml azeite de oliva extra-virgem;
50 gr de castanha de caju;
1 Dente de alho;
10 ml de limão;
Sal a gosto.

Ingredientes da Banana-da-terra:
2 und banana-da-terra;
10 ml manteiga de garrafa;

Modo de Preparo Papelote Peixe:
Pré-aqueça o forno a 210ºC. Tempere o peixe com limão, sal e pimenta. Forme papelotes com o papel manteiga e acomode o peixe. Adicione a manga, o azeite e o vinho branco. Feche e leve ao forno por 20mim. Reserve.

Modo de Preparo Pesto de Coentro:
Bata levemente todos os ingredientes no liquidificador. Não triturar muito. Reserve.

Modo de Preparo Banana-da-terra:
Faça uma fenda vertical na banana e pincele com a manteiga. Leve ao forno por 20mim. Reserve.

Como Montar:
Acomode o papelote de Sirigado em um prato. Abra o papelote, adicione o pesto de coentro sobre o peixe e sirva com a banana ao forno.

Bom apetite e excelente semana a todos. Até!

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Rolha X Screwcap? Uma questão sustentável.


Durante décadas, as rolhas feitas de cortiça foi o método mais eficaz para impedir a entrada de oxigênio em um vinho, evitando assim sua degradação (processo de oxidação, na qual o álcool se transforma em vinagre). Porém, essa alternativa natural e de alto custo sempre rendeu graves transtornos ao bolso e a boca.

A rolha de cortiça é uma estrutura celular composta alvéolos de ar, ou seja, produto susceptível a fungos e outros tipos de contaminação. O fungo mais comum que danifica a rolha e o vinho é o TCA (TriCloroAnisol), doença da rolha que faz com que o vinho se torne “bouchonée”, apresentando fortes odores impossibilitando o consumo do líquido.

Em 2001, os produtores de vinhos da Nova Zelândia iniciaram um movimento sustentável e ecologicamente correto para a substituição da tradicional rolha de cortiça. Foram feitos inúmeros testes até o resultado final da rosca de metal, que posteriormente foi aprimorado na Austrália.

O uso da rosca de metal foi banalizado desde seu surgimento por questões mal aplicadas e mal discutidas sobre sua real eficácia e por falsos conceitos tradicionais de cultivo de vinho dentre as bodegas do velho mundo. Até que a França, um dos maiores produtores, exportadores e consumidores de vinhos do mundo, resolveu aderir à praticidade da Screwcap em seus vinhos brancos e tintos jovens. Logo, o universo do vinho começou a perceber a importância desse movimento e acordou para a sustentabilidade e cultivos orgânicos.

As Bodegas francesas Pessac-Leognan e Paul Pontallier quebraram padrões e tradições ao utilizar a tampa de rosca. Essa atitude revolucionou o mercado mundial de vinho, provando que a screwcap não altera a qualidade do vinho e sim mantêm de forma sustentável as características originais da uva sem alterar ou variar sabor do conteúdo original – o vinho.


Alguns dos benefícios da screwcap:

1.Elimina o risco de contaminação de TCA das rolhas;
2.Elimina a ameaça de uma oxidação;
3.Evita a alteração de sabores;
4.Permite o correto envelhecimento dos vinhos;
5.Permite uma vedação há longo prazo;
6.Facilita a estocagem vertical;
7.São resistentes a odores da adega;
8.As garrafas antigas não precisam se novamente capsulada;
9.Os vinhos podem ser armazenados por longos períodos;
10.São fáceis de abrir;
11.Não há necessidade de instrumento como saca-rolha;
12.Têm ótimo custo;
13.São sustentáveis, recicláveis e ecologicamente corretos.

Então vamos ao vinho:


A escolha da semana é um sul-africano orgânico, o AVONDALE RESERVA CHARDONNAY. Um vinho em pleno frescor, aromas tropicais (maracujá e abacaxi) e delicadas notas de caramelo e manteiga. Vinho aveludado na boca, com muita persistência e retrogosto floral. Excelente opção para nosso clima envolvente e caloroso.

E para fazer uma harmonização perfeita enogastronômica com esse “vinhão”, nada melhor do que um prato leve, saudável, perfumado e vegetariano, os MONTADITOS MEDITERRÂNEOS.


Vamos a Receita:

Ingredientes (4 pessoas)
2 Tomates maduros em rodelas
1 Berinjela em rodelas
1 Abobrinha em rodelas
Mussarela de búfala a gosto
Manjericão
Azeite a gosto
Sal e pimenta do reino a gosto

Como Fazer
Grelhe, separadamente, a berinjela, abobrinhas e os tomates.
Tempere com sal e pimenta do reino. Reserve.

Montar
Em um aro, coloque as rodelas de berinjelas, abobrinhas e tomates, intercalando com o azeite e as folhinhas de manjericão. Cubra com mussarela e leve ao forno para gratinar por 10mim.
Desenforme e sirva.

Ótima degustação e até a próxima!